HISTÓRIA

HISTÓRIA DA IRENE
                                                        
Olha pessoal, tive uma infância e adolescência muito difícil, mas não me deixei desanimar. Sou uma pessoa alegre e extrovertida e sempre agradeço a Deus pelas minha conquistas. Leia o texto a seguir e entenda minha história!!!

Aos 5 anos, ia com meus pais à Igreja Evangélica, até que uma mudança no comportamento de meu pai, mudou para sempre a nossa vida. Com relacionamentos extraconjugais, ele chegava em casa e espancava toda família. Meu irmão o delatava à mamãe, e eu via-o ser cruelmente espancado. Não podia fazer nada e só rezava para que o Papai do Céu nos livrasse daquele sofrimento. Em dois anos, minha mãe apresentou problemas mentais, devido às surras que levava, e precisou ser internada em um hospital psiquiátrico. Sentia muito sua falta e tinha pesadelos constantes, chamando-a durante a noite. Quando ouvia vozes femininas em seu quarto, corria até lá, mas me deparava com uma das amantes de papai. Voltava aos prantos, implorando à DEUS que trouxesse minha mãe de volta.

Aos 10 anos, senti mudanças em meu corpo e comentei o fato com meu pai. "Você já é uma mocinha", foi só o que ele disse, À noite, acordava com ele deitado sobre mim. Ameaçada, mas não supor-tando aquela situação, contei tudo aos vizinhos. Quando soube, ele fugiu para um sítio e lá construiu um barraco. Minha mãe voltou do hospital e lá residimos por algum tempo. Acordava todo dia às 4 da manhã para fazer a marmita de meu pai, e cuidava de oito irmãos menores.

Cansado daquela vida, meu irmão mais velho, de 9 anos, saiu de casa e só nos visitava quando sentia muita fome. Quando ele voltava do trabalho, ninguém podia brincar, nem chorar e o pesadelo recomeçava, com muita violência. Minha mãe foi novamente internada e ele retomou os abusos sexuais. Os vizinhos diziam para eu enfrentá-lo mas era impossível. Um dia, um engenheiro pediu para que nós deixássemos o sítio pois as comportas do Rio Grande seriam fechadas e a água inundaria o barraco. Meu pai não acreditou e no meio da noite, nossa casa encheu-se de cobras e peixes. Saímos apenas com a roupa do corpo e fomos morar em fazendas abandonadas. Cansada dos abusos, eu e minha irmã demos parte na Delegacia de Guaraci, onde meu pai ficou preso por alguns dias.

Ao completar 12 anos, fui pedida em casamento, mas meu pai mandou o rapaz embora e me espancou tanto que desmaiei. Minha mãe, ao tentar apartar a briga, teve sua orelha cortada. Na mesma noite, fui novamente violentada. Um ano depois, saí de casa, deixando minha família a mercê desse homem violento. Das ruas, tornei-me empregada doméstica e sempre visitava minha família, pedindo para que DEUS me iluminasse e me fizesse encontrar uma maneira de tirá-los de meu pai. Denunciava-o, mas ele ficava poucos dias na prisão. 

Cansado de minhas perseguições, ele mudou-se para Cândida (SP), sendo preso novamente, em Sertãozinho, após queixa de Marilda, minha irmã. Quando voltou, fugiu sem deixar pistas. Naquela época, mudei-me para São José do Rio Preto, onde trabalhava na casa de Paulo Gazola e sempre dizia que se descobrisse o seu paradeiro, tiraria meus irmãos dele. Meu patrão aconselhou-me então a adquirir roupas para agasalhá-los. Sem ter como pagar e seguindo seu conselho, forneci umendereço errado à loja. Quando lhe contei, ele disse sentir-se desapontado com meu caráter. Foi aí que soube por uma amiga, que a família estava em Uberlândia. Desesperada, notifiquei meu patrão que iria embora. Com a ajuda da Polícia Militar, que me disponibilizou uma viatura, encontrei meus irmãos vivendo em condições miseráveis, numa carvoaria. Assim que me viram, eles me imploraram para que eu os trouxesse comigo. Retornamos a Cândida e ficamos na casa de parentes, até que recebi um telegrama de meu irmão mais velho, convidando-nos para morar em sua casa, em Piracicaba, já que minha mãe lá residia. No dia seguinte à nossa chegada, mamãe foi embora para Americana, à pé. Revoltado, ele colocou todos para fora. Fomos então para um albergue noturno e eu perguntava à DEUS o que faria. 

Sem ter para onde ir, ficávamos nas escadarias do Fórum, contando apenas com a solidariedade de algumas pessoas. Vivemos assim por três meses, até que o juiz Dr. Urbano afirmou que encaminharia meus irmãos a instituições de caridade, desde que eu me comprometesse a arrumar um emprego, num prazo de 15 dias. Caso contrário, iria enviá-los à FEBEM.

Desesperada, pedi ajuda na Prefeitura Municipal, encontrando lá Nelson Gali, fiscal de obras, e Naim, que me ajudaram muito. Aos domingos, visitava meus irmãos e jurava que uma dia ajudaria muita gente. Após muita procura, consegui uma casa. Naim foi o fiador e Nelson Gale a mobiliou. Armando Sidney Brajão pagou o aluguel e nos doou cestas básicas por um ano. Arrumei um emprego na casa do Dr. Aldino Galard e tirei meus irmãos do orfanato. Enquanto trabalhava, eles ficavam em casa. Sozinha, cuidava deles e de minha mãe. 

De doméstica, trabalhei numa fábrica de balas e lá conheci meu futuro marido. Namoramos por um tempo e casamo-nos em 1985. Após o nascimento de meu primeiro filho, paguei minha dívida na loja de roupas e fiz questão que meu ex-patrão soubesse. Com melhores condições financeiras, fiz um curso de cabeleireira, formando uma clientela brilhante, o que me permitiu comprar uma casa. Então, disse ao meu esposo: "AGORA É HORA DE AJUDAR OS MENOS FAVORECIDOS". No começo, oferecia sopão a crianças carentes e famílias desempregadas em casa. Depois, aluguei outra na qual promovia cursos profissionalizantes. Graças a ajuda de Deus, um rico empresário mostrou-se interessado no meu projeto. Naquele momento, senti o grande poder de DEUS, porque com a ajuda do empresário, em um mês eu já contava com uma equipe e todos os serviços necessários às crianças.

Após recuperar-me de sérios problemas de saúde e de um grave acidente de carro, mantive um programa na TV Rede Mulher, que hoje é veiculado na TV Beira Rio. Abro meu programa ajoelhada. Não tenho vergonha, pois serei eternamente grata à DEUS por tudo de bom que ele me trouxe, repetindo: "AQUI NESTA TERRA, DEUS NÃO ESCOLHE OS CAPACITADOS, MAS CAPACITA OS ESCOLHIDOS". 

Hoje, minha mãe já está recuperada e em minha família, ninguém se envolveu com drogas. Somos realizados espiritual e financeiramente. Somos todos 100% LANISA. Trabalhamos dia após dia, para mantermos nossa entidade, pois sei que muitas pessoas dependem dessa ajuda. Não adianta ficar revoltado com os governantes e cruzar os braços, esperando que apenas nossos políticos cuidem da cidadania do Brasil. É preciso arregaçar as mangas e fazer um pouco pelo seu próximo, pois o mundo dá voltas, e nós não sabemos o que acontecerá no dia de amanhã.

Confesso que hoje o Programa Irene no Ar, o qual apresento na TV Beira Rio de Piracicaba, UHF 32 Cabo 21, é líder em audiência. O Programa é de entretenimento geral: músicas, celebridades, personalidades. Damos oportunidade aos que sonham um dia em ser artistas e também famosos. Hoje, o meu grande sonho é divulgar o programa em Rede Nacional. Amo o que faço, apresento de maneira simples e espontânea, e espero em Deus, assim como minha equipe, conseguir fazer a creche de minha fundação ser reconhecida em nível nacional perante toda sociedade. Tenho 45 anos e me sinto ainda muito jovem, pois é a carne que envelhece e não o nosso espírito; se estivermos bem com Deus e com nós mesmos, a cada dia que passa rejuvenescemos, e nunca é tarde para correr atrás de nossos sonhos.

Sonho muito alto e você que está lendo essa história, que a tome como exemplo e nunca desista do que você quer, mesmo se tudo der errado. A fé em Deus é a certeza daquilo que não se vê, mas somente o que crê e a certeza de que você vai conseguir.